Descrição de chapéu Chuvas no Sul

Entenda como rios do RS subiram até 14 metros e bateram recordes de inundação

Taguari, em Estrela, chegou a 33,66 metros, o maior volume em meio às fortes chuvas

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São Paulo

Em meio às fortes chuvas que, até o momento, causaram a morte de mais de 140 pessoas no Rio Grande do Sul, os sete principais rios da região registraram altas para além do nível que já são considerados inundados.

O rio Taquari, no município de Estrela, foi o que apresentou a maior cheia em números absolutos —considera-se que está inundado quando atinge 19 metros. No dia 2 deste mês, chegou a 33,66 metros, volume que representa cerca de 70% a mais que a cota de inundação da região.

As cheia do rio Taquari, que chegou a 33 metros em meio às fortes chuvas que atingiram o sul
As cheia do rio Taquari, que chegou a 33 metros em meio às fortes chuvas que atingiram o sul - Handout/Defesa Civil de São Paulo/AFP

De acordo com o SGB (Serviço Geológico do Brasil), o rio teve a maior cheia da história em 150 anos. Entre os dias 30 de abril e 2 de maio, o Taquari subiu mais de 13 metros na cidade. Após uma alta na segunda (13), o rio já registra uma queda nas últimas 24 horas e está em 19,55 metros.

O Jacuí, em Rio Pardo, por exemplo, é considerado inundado quando atinge 7,5 metros. De acordo com o SGB, o rio, que é um dos principais que cruza cidades da região metropolitana de Porto Alegre, subiu até 20,04 metros —12,54 metros a mais da cota de inundação.

Porto Alegre está nas margens do lago Guaíba, onde desembocam os principais rios que nascem no interior do estado, na área de planalto. O rio subiu até 5,33 no dia 5 de maio, o maior recorde desde 1941.

O nível do lago Guaíba em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, atingiu 5,25 m às 20h15 desta terça. Ele estava em 4,78 metros às 7h30 da segunda-feira (13).

O Guaíba desemboca na lagoa dos Patos, que tem apenas um ponto de vazão: uma pequena boca para o Atlântico na região de Rio Grande. Nesta terça, a lagoa atingiu o pico de volume, com 2,6 metros, ou seja, o dobro do volume em que já é considerado cota de inundação —o curso d'água é considerado inundado quando atinge 1,3 metro.

Por isso, o avanço da água no principal lago causou outro alerta da região, que poderia provocar uma erosão e risco de novos danos na cidade, por causa do volume e velocidade de deslocamento.

Essa ameaça de piora das inundações fez a prefeitura da capital erguer nesta segunda uma barricada em uma das principais vias do centro histórico. O muro de 1,8 metro de altura, montado na avenida Presidente João Goulart, foi instalado para conter a nova elevação do nível do lago.

Caminhões-guincho e retroescavadeiras trabalharam na manhã desta segunda-feira (13) movendo sacos de areia, alguns com mais de um metro de diâmetro, para construir o bloqueio. Outras duas barreiras de menor extensão foram erguidas na rua General Salustiano, paralela à avenida.

Segundo o boletim mais recente da Defesa Civil do estado gaúcho, divulgado às 18h desta terça, o número total de mortos pela tragédia é de 149 mortes. O estado tem ainda 112 pessoas desaparecidas. As mortes ocorreram em 44 cidades, conforme a Defesa Civil.

No total, 446 municípios foram afetados, sendo que 76.483 pessoas estão desabrigadas e 538.245 ficaram desalojadas. Segundo o governo, mais de 76 mil pessoas foram resgatadas.

Quinze dias após o início da tragédia, 258 endereços continuavam com o fornecimento de energia elétrica interrompido, e 159 mil unidades estavam sem abastecimento de água. As informações são do governo do estado e constam em boletim divulgado às 18h desta terça.

A previsão é que as chuvas comecem a diminuir, de acordo com a Climatempo —porém, devem retornar na sexta (17), e prosseguir pelo fim de semana. Nesta semana, a previsão é que o estado continue a sentir uma acentuada queda da temperatura. Os termômetros devem marcar menos de 10ºC em ~Porto Alegre e em outras regiões do estado nesta quarta.

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